domingo, 21 de outubro de 2012

Jardins Floridos



Perfeitas e aromáticas
são as rosas
que se desfolham sobre o meu peito.
No ventre sequioso
(re)nascem rios sobre montanhas
férteis de vida.

Cobertas p'lo orvalho matutino
as corolas recebem a luz 
remanescente do sol que raiou 
no dia anterior.

Debruço-me sobre o leito
onde as águas escorrem fugidias
e embriago-me na doçura
das madrugadas frutificadas
antes do corpo se tornar deserto.

Sustenho os aromas 
e na pele desenho um belo roseiral
fruto das estrelas 
que teimam iluminar-me o pensamento
sempre que em desalento
olho para a vida
como quem está farto de esperar.

E prestes a desesperar
com o meu olhar sofrido
acabo por constatar
que o jardim, continua, florido.



(eu)

Sem comentários:

Enviar um comentário