sábado, 10 de novembro de 2012

Disparidades



Talvez sejam poemas 
que me crescem nas mãos.
inócuos sentires
de memórias insignificantes.

Talvez até 
eu nem saiba explicar
porque razão o sonho 
me irrompe dos dedos
utópicos, acelerados
um pouco até febris.

Agigantam-se no delírio 
de pequenas silabas 
que se soltam das palavras 
involuntariamente
presas na garganta. 

São nós 
que se desatam da alma
deixando em liberdade 
pequenos pedaços 
que colhi do céu.
Vislumbres de um infinito
talvez também ele 
imaginado por mim.

Hoje queria falar da dor!

Desta dor que sinto 
a rasgar-me a pele
aos olhos
da dor daquele que estende a mão
da dor da fome da angustia 
da solidão.

Da dor do pobre!

Do que dorme numa esteira de cartão
do que suplica sem ser ouvido
na ilusão de que algum transeunte
o sinta como irmão.

Não! 
Não vale a pena falar do pobre
do fraco do imerecido.
Para ele não há perdão, 
nem compaixão. 
Esse verdadeiro pobre
que se permite consentir
vivências humanas 
em semelhante condição.

Falo da dor do humilde, do resgatado,
do forte!
Daquele que na razão inversa do ter
e do poder
é grande no coração.


(eu)

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