sábado, 2 de fevereiro de 2013

No Silêncio das Tuas Mãos

                       foto: -alfred cheney johnston.

Hoje, não me apetece
ouvir a voz do teu silêncio.

Deixa que só hoje, apenas hoje, 
eu seja dona de todas as palavras 
e possa erguer o verbo em minhas mãos.

Pouco importa que não consintas
a interrupção dos sons que sufocas,
sempre que nas oscilações da nossa pele
me interrompes o poema com ruídos de fundo.

Desalinhas-me os versos
e, impensadamente quebras a lucidez 
com que me propunha continuar o sonho.

Permite-me apenas hoje 
algumas horas de descrédito,
nem sempre as águas correm 
ao sabor dos ventos.

Hoje, apenas hoje, 
quero as letras só para mim.

Talvez amanhã, 
possamos acabar o poema
a quatro mãos.

Abraço-te meu amor...

(eu)

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